terça-feira, 17 de agosto de 2010

A LUTA CONTINUA CONTRA A OPRESSÃO E VIOLÊNCIA À MULHER

Sindicato dos Trabalhadores da USP






Boletim Específico de Mulheres - SP17/08/2010 - Gestão: Sempre na Luta! Piqueteiros e Lutadores - 2008/2010


A LUTA CONTINUA CONTRA A OPRESSÃO E VIOLÊNCIA À MULHER


“Quem não se movimenta, não sente as
correntes que o prendem”

Rosa Luxemburgo



Não é possível, ficarmos caladas diante da situação que está ocorrendo
com uma companheira trabalhadora terceirizada e moradora da São Remo
Ela está sendo vítima de um sistema opressor que ainda não contem formas viáveis de assistência
à mulher agredida e nem apoio à mãe que quer criar seu filho com dignidade enquanto trabalha
e exerce seu direito de ir e vir, enfim de sobreviver.
Essa mãe esteve com seu bebê internado no HU, com pneumonia, passava a noite com ele e
durante o dia ia trabalhar, enquanto isso o pai do bebê desempregado e desocupado, seguia
ameaçando e perturbando essa mulher que não queria continuar com ele.
O bebê teve alta e o pai o pegou para passear na garoa e no frio, contrariando e ameaçando a
mãe e avó. Como resultado, a criança voltou a ser internada com pneumonia.
Depois disso, a mãe foi convocada pelas assistentes sociais do HU, que chamaram a atenção
dela acusando-a de não cuidar direito de seu filho e responsabilizando-a pelo estado de saúde
da criança. Mesmo ela explicando sua situação, as mulheres não quiseram saber do seu drama
social e simplesmente seguiram responsabilizando-a pela piora da criança.
Dias depois essa trabalhadora e o pai de seu filho foram convocados a comparecer no Fórum
onde ela foi recebida por assistentes sociais, que fizeram a mesma coisa: responsabilizando-a
pela doença de seu filho, dizendo que poderia perdê-lo para um orfanato.
Mesmo a mãe dizendo que esse homem (o pai) era agressivo e fumava o tempo todo perto da
criança a ponto do bebê ficar com forte cheiro de fumaça, e que esse homem já havia lhe
agredido fisicamente, além de mentalmente e, que queria ele longe dela, tudo foi ignorado.
Então as mulheres do Fórum decidiram o seguinte: A mãe trabalhadora deve preparar o alimento
do bebê e tudo o que for necessário antes de sair para trabalhar e entregá-lo (com tudo pronto)
ao pai desocupado. E, à tarde, o pai devolve para a avó, que chega primeiro do trabalho, naquela
mesma ocasião o pai do bebê disse: eu nem sei cuidar de criança, vou ver se encontro uma
mulher para tomar conta, e segundo a mãe nada foi feito por parte das mulheres do Fórum.
Mas o que essa jovem mãe quer, é colocar seu filho em uma creche (berçário) seguir trabalhando
e cuidando dele e sobrevivendo com o direito de ir e vir.
A companheira sofre agressões por parte desse homem, inclusive tendo registrado boletim de
ocorrência, porém ninguém foi atrás dele e nada aconteceu, enquanto isso ele segue agredindoa
e ameaçando-a de morte.
O interessante é que o bebê teve alta em uma sexta-feira e, na segunda-feira ainda estava com
a pneumonia, retornando para o hospital para uma nova internação. A pneumonia é uma doença
infecciosa e que pode ser provocada por vários agentes como o fumo, umidade, mudanças
bruscas de temperatura, deficiência nutricional, etc.
Há fatores sociais envolvidos nisso tudo, então por que a mãe é a única culpada por seu bebê
não se curar da pneumonia?
Por ela ser mulher, a responsabilidade de tudo fica para ela?
Por que as assistentes sociais não verificaram todos os fatores e procuraram dar encaminhamento
correto para a mãe e a criança?
Então o melhor remédio foi acusá-la e denunciá-la sem qualque averiguação da realidade social
do caso? É esse o trabalho social das assistentes?
É assim que o sistema forma os profissionais para assistir à população? Fingindo que estão
resolvendo o problema da criança, tirando-a de sua mãe e deixando em um lugar qualquer para
ser adotado?
E ignorando as ameaças de morte e agressões feitas pelo pai da criança?
Um problema social foi empurrado em cima de
uma jovem mulher, terceirizada, que recebe
um salário mínimo e trabalha quarenta e quatro horas semanais.
Chega de impunidade aos agressores de mulheres!
Proteção amparo e assistência a todas as mulheres agredidas!
Direito à criança de permanecer com sua mãe!
Fim da perseguição desse morador da São Remo (pai da
criança) contra a mãe!


REINTEGRAÇÃO DE BRANDÃO E RETIRADA DOS PROCESSOS!

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